Mais de quatro milhões de aposentados e pensionistas podem ser alvos de um novo tipo de golpe no Brasil, envolvendo o uso indevido do nome do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o aplicativo “Meu INSS”.
A fraude ocorre por meio de ligações e mensagens em que criminosos se am por funcionários do INSS. Durante o contato, solicitam dados pessoais dos beneficiários com alegações como “confirmação de informações”, “liberação de valores” ou “reembolso de taxas”. Em alguns casos, as vítimas acabam fornecendo informações sensíveis ou realizando transferências bancárias.
Saiba Mais:
A falta de familiaridade com o funcionamento do aplicativo “Meu INSS” tem sido um fator de risco para esse tipo de golpe. De acordo com levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU), 42,4% dos aposentados e pensionistas ouvidos não conhecem a ferramenta digital, enquanto 25,1% afirmam conhecer, mas nunca utilizaram o aplicativo ou site. Apenas 32,4% disseram ter ado o sistema.
Atualmente, para consultar descontos nos benefícios, o extrato precisa ser ado digitalmente ou retirado presencialmente em uma agência da Previdência Social, já que não é mais enviado fisicamente.
Esquema nacional
A ação de golpistas se insere em um contexto mais amplo de fraudes contra beneficiários do INSS. No mês ado, a operação Sem Desconto foi deflagrada para investigar um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Entre 2019 e 2024, entidades investigadas teriam cobrado cerca de R$ 6,3 bilhões de forma irregular.
Entre os beneficiários com contratos ativos, 97% disseram não ter autorizado os débitos identificados em seus contracheques.
O impacto atinge especialmente populações com menor o à internet, como idosos em áreas rurais, que relatam dificuldades em identificar irregularidades e recorrer a canais oficiais.
Orientações de segurança
Especialistas em segurança digital recomendam atenção redobrada com tentativas de contato por telefone, SMS ou redes sociais que envolvam solicitação de dados ou pagamentos.
Ana Vitória, consultora em cibersegurança, destaca que medidas preventivas podem reduzir os riscos. Entre as orientações estão:
- Não fornecer dados pessoais por telefone ou mensagem;
- Evitar clicar em links de origem desconhecida, mesmo que aparentem ser oficiais;
- Utilizar senhas seguras e não compartilhá-las;
- Manter o aplicativo “Meu INSS” atualizado;
- Ativar autenticação em duas etapas.
Para beneficiários com limitações visuais, motoras, cognitivas ou neurodivergência, a recomendação é que o o ao sistema seja feito com auxílio de familiares próximos, tutores ou responsáveis legais, reduzindo a exposição indevida de informações pessoais.
A orientação do INSS é que, diante de qualquer suspeita de golpe ou irregularidade, o beneficiário busque atendimento oficial presencialmente ou por meio dos canais digitais verificados.
