OPINIÃO

O que te faz feliz?


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Essa é uma pergunta simples, direta e poderosa. Sempre que a faço aos meus alunos, noto uma reação curiosa: muitos sorriem de imediato, outros se emocionam, mas uma parte significativa… trava e o silêncio impera. Olham para o nada, pensativos, e dizem: “Não sei”. Coincidentemente (ou não), são essas as pessoas que mais sofrem com dores físicas e emocionais.
A felicidade não se encontra num pote no fim do arco-íris. Ela é construída todos os dias. O corpo, esse incrível mapa da nossa história, revela tudo o que tentamos esconder: dores nas costas, enxaquecas, insônia, lesões recorrentes, baixa imunidade, ansiedade, depressão. Nada disso surge por acaso. Felicidade tem relação direta com autoestima, autoconhecimento, autoconfiança e propósito de vida e tudo isso se manifesta no corpo.

Vivemos em uma sociedade acelerada, onde ser produtivo parece mais importante do que ser feliz. Mas o corpo, sábio como é, sempre encontra uma forma de nos chamar de volta. Quando ignoramos nossas necessidades mais profundas, ele grita através das dores nas costas, nas articulações, nas enxaquecas, nas lesões recorrentes e até na baixa imunidade. A saúde física não é separada da saúde emocional e mental. Pelo contrário, ela é o espelho.

A ciência já reconhece o intestino como nosso “segundo cérebro”, um centro de produção de neurotransmissores ligados ao bem-estar. Quando há disbiose (desequilíbrio intestinal), há mais do que má digestão: há tristeza sem motivo, ansiedade, cansaço, dores crônicas e até depressão. Como ser feliz com o corpo inflamado e um cérebro sem nutrição adequada?

Na menopausa, muitas mulheres sentem que perderam o brilho. Na adolescência, muitos jovens se sentem perdidos e desmotivados. Nos dois extremos, o que falta é conexão: com o corpo, com a mente, com a própria história.

Agora é preciso olhar para dentro e se conhecer de verdade para saber o que te faz feliz! Autoconhecimento é o primeiro o para a cura daquilo que precisamos, seja o que for. Quando entendemos o que sentimos, podemos agir com consciência, em vez de reagir no automático. Pessoas autoconfiantes adoecem menos, porque confiam em sua capacidade de se recuperar. Elas não evitam os desafios, mas sabem que são capazes de superá-los. Isso muda a forma como se movimentam, como treinam, como se relacionam com seus limites físicos. Que cada dor seja um convite para olhar para dentro. E que cada pequena alegria nos lembre do que realmente importa: buscar a felicidade..

Então, volto à pergunta: o que te faz feliz?

Não responda com o automático. Respire fundo. Feche os olhos se precisar. A felicidade não precisa ser grandiosa, às vezes ela está em tomar sol, dançar sozinho, ler um bom livro, andar descalço, brincar com um filho, sentir o corpo leve e a mente em paz. Ela não vem apenas numa viagem para uma ilha paradisíaca, pois ela não está fora de nós, ele está aqui dentro! Sendo assim, poderemos ser felizes onde estivermos.

A felicidade é movimento. É respiração. É presença. A vida é curta demais para vivermos desconectados.Uma linda busca pela felicidade e muita saúde a todos.

Liciana Rossi é especialista em coluna e treinamento desportivo, pioneira do método ELDOA no Brasil ([email protected])

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