Com a posse dos novos gestores municipais de educação, que estão definindo suas metas e organizando seu planejamento, o principal desafio é transformar discursos em ações concretas. O compromisso com a busca de uma rede municipal de ensino de boa qualidade é o que todos desejam. Contudo, a pergunta que surge é: o que, de fato, define uma boa escola pública? É necessário explicitar esse conceito pois a resposta é o ponto de partida para nortear as ações necessárias para sua concretização.
Uma boa escola não se restringe à infraestrutura moderna ou a métodos pedagógicos inovadores. Ela se distingue por garantir que todos os alunos, independentemente de suas condições sociais, econômicas ou culturais, tenham a oportunidade de aprender e desenvolver suas potencialidades. Esse compromisso com equidade e inclusão é o ponto central de uma instituição que realmente transforma vidas.
Em primeiro lugar, uma rede de escolas de qualidade deve garantir o universal. Nenhuma criança pode ser deixada de fora. Uma escola pública não será boa se for ível apenas a alguns. Para isso, é crucial implementar estratégias de ampliação de vagas, quando necessário, e adotar processos de busca ativa para reintegrar alunos que abandonaram os estudos.
No entanto, garantir o o é apenas o começo. É necessário promover o aprendizado significativo para todos. Isso exige o reconhecimento de que cada aluno aprende de maneira única, demandando práticas pedagógicas adaptadas a essas diferenças. Professores bem preparados, comprometidos e capacitados são indispensáveis, assim como avaliações contínuas que monitorem o progresso dos alunos e permitam intervenções oportunas para as devidas correções de rumo.
Além disso, o ambiente escolar deve ser inclusivo, acolhendo a diversidade e combatendo preconceitos e discriminações. Um senso de pertencimento para todos os alunos é essencial, assim como o envolvimento das famílias e da comunidade na vida da escola.
Embora os desafios sejam muitos — desde a otimização dos recursos disponíveis até o enfrentamento dos problemas do dia a dia —, são esforços necessários para que o lema "todos estudam, todos aprendem" se torne uma realidade, e não apenas um discurso vazio.
Estar aberto a conhecer e aprender com experiências bem-sucedidas deve ser considerado com seriedade.
Enfim, uma boa escola é aquela que assume a responsabilidade pelo sucesso de cada um de seus alunos, tratando o aprendizado como um direito universal e inalienável. Ao construir um espaço onde estudar e aprender sejam realidades para todos, a escola cumpre sua função primordial: formar cidadãos preparados para contribuir na construção de um país mais justo, inclusivo e igualitário.
Francisco Carbonari é ex-secretário de educação de Jundiaí ([email protected])