
O pai do bebê de um ano e meio que morreu na noite deste sábado (7), em Bauru, em decorrência de um incêndio na casa da família, informou em depoimento à Polícia Civil que ele e a esposa — mãe da criança — se ausentaram do imóvel, onde deixaram sozinhos a vítima e mais dois filhos sobreviventes, de 3 e 5 anos, por um período entre 10 e 15 minutos. Conforme o JC/JCNET noticiou, o casal saiu da residência para ir até uma confeitaria comprar doces e um bolo para comemorar, ainda que de forma tardia, o aniversário da filha mais velha, de 5 anos — celebração adiada por falta de dinheiro, conforme consta no boletim de ocorrência (BO).
Ele e a mulher foram presos por abandono de incapaz com resultado morte, após a tragédia ocorrida no imóvel situado no Jardim Eldorado. Uma das crianças sobreviventes foi transferida para o Hospital Estadual, enquanto a outra poderia ser encaminhada ao mesmo local, dependendo dos resultados de exames realizados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Bela Vista, para onde foi levada inicialmente. Ambas estão sob os cuidados de funcionárias do abrigo que as acolherá após a alta hospitalar.
Segundo informações extraoficiais, os pais aram por audiência de custódia e permaneceram presos.
Diante da situação, a família ficou responsável por providenciar o sepultamento do bebê, realizado em outra cidade. O desfecho, porém, poderia ter sido ainda mais trágico, relataram moradores das imediações, caso os pais tivessem demorado mais cinco minutos para retornar — talvez nenhuma das crianças tivesse sobrevivido, como ocorreu com a mais nova.
Quando o casal retornou, encontrou a casa já tomada pela fumaça e o quarto das crianças em chamas, contou o pai, que, junto da esposa, tentou resgatar os filhos. A mãe saiu da residência com o bebê nos braços, aos gritos. A criança, desfalecida, chegou a ser reanimada pelos bombeiros, mas não resistiu, segundo vizinhos. Os outros dois filhos estavam conscientes.
Ainda de acordo com os relatos, o incêndio provavelmente começou no banheiro ou no quarto, onde havia objetos conectados a tomadas. Suspeita-se que o derretimento de materiais plásticos tenha atingido o colchão. O pai chegou a levantar a hipótese de incêndio criminoso, mas confirmou que, ao abrirem o imóvel, o quarto já estava tomado pelo fogo.
Duas viaturas do Corpo de Bombeiros foram acionadas para conter as chamas, que também destruíram um carrinho de bebê, que estava vazio. O fogo aparentemente não atingiu a sala, embora o teto do cômodo tenha ficado escurecido pela fuligem. Moradores da vizinhança relataram que só perceberam o incêndio quando a mãe abriu a porta da casa e saiu gritando com a filha no colo, pois não era possível ver a fumaça do lado de fora.
Além disso, segundo os vizinhos, é comum na região a queima de fios de cobre, o que pode ter contribuído para que o incêndio não fosse notado de imediato. Eles também disseram não ter ouvido gritos das crianças. Um dos moradores ficou com os doces comprados para a festa.
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