RELIGIÃO

Artigo do Padre Charles Borg: Vocação

Por Padre Charles Borg | Especial para a Folha da Região
| Tempo de leitura: 2 min
Pastorear e educar exigem coerência e coragem diante das ilusões do mundo; padre Charles Borg reflete sobre o novo Papa e o papel transformador das mães
Pastorear e educar exigem coerência e coragem diante das ilusões do mundo; padre Charles Borg reflete sobre o novo Papa e o papel transformador das mães

Habemos Papam! O cardeal Robert Francis Prevost, agostiniano, de dupla nacionalidade – americana e peruana – foi eleito para suceder o Papa Francisco, no ministério de pastor da Igreja Católica. Como é de se esperar, começam conjecturas e palpites acerca do pontificado de Leão XIV. No mínimo, presunçoso é e imprudente fazer qualquer prognóstico acerca do ministério do futuro pontífice.

O cotidiano e as urgências da vida saberão articular as orientações do novo pontífice. Coincidentemente, no segundo domingo do mês de maio, em muitas partes do mundo se festeja o Dia das Mães. Há uma interessante convergência entre o exercício pastoral e a tarefa educadora das mães.

Pastorear e educar se convergem na arte do possível! Em tempos modernos a diversidade de informações e a rapidez de comunicação ultraam a capacitação de qualquer educador e medem sua resiliência! A tensão se transforma em agonia quando se convencem que muitas das propostas sugeridas são futilidades alienantes e carregam ilusórias promessas de realização.

Na cultura moderna, felicidade se resume a aparências. Como, todavia, os parâmetros mudam a toda hora, fica previsível a constante frustração. Resignar-se por achar que não há como enfrentar essa compulsão consumista representa entregar ovelhas a lobos, pessoas queridas a inescrupulosos aproveitadores.

O ponto de partida para oferecer condições sólidas para uma existência realizada, encontra-se no íntimo das convicções que regulam a vida do educador. Urge realizar objetiva analise sobre quais são, na realidade, os princípios e metas, os valores em suma, que regulam a vida e as escolhas do pastor e da mãe. Mesmo quando o discurso reproduz valores considerados tradicionais, é o testemunho que, no fim, marca e convence.

No mundo de hoje valorizam-se exemplos. Exigem-se coerências! Não há como ar desapercebida a serena conduta de um cidadão em harmonia com sua identidade. Convence-se mais com escolhas que com discursos! Vale sempre lembrar que tudo na vida tem seu tempo. O tempo das ilusões também integra o itinerário do aprendizado. Dói ver a quem se ama quebrar a cara, mas é um estágio imprescindível no processo do amadurecimento.

O que nunca se pode permitir é acomodar-se, fazer concessões diante de desaforos. A omissão do educador é mais cruel que a ousadia do aproveitador! Tampouco se justifica afrouxar a vigilância porque se reconhece limitado. Assumir as próprias deficiências, ao contrário do que se imagina, não desautoriza o educador. O torna apenas mais circunspecto ao educar. Filhos e fiéis não querem educadores perfeitos. As querem coerentes, capazes de dizer não quando for preciso! Coerências constroem caráter.

Pastorear é uma vocação! Maternidade idem! Fundem-se na clareza de objetivos. Sustentam-se na generosidade do amor! Prosperem na confiante coerência! Ao futuro Papa, nossas preces! Às mamães, nosso carinhoso abraço!

O padre Charles Borg é vigário-geral da Diocese de Araçatuba.

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