CRIME

Piracicaba teve quase 250 casos de estupro de vulnerável em 2024

Por Da Redação | Jornal de Piracicaba
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Divulgação
Dados foram divulgados pelo Conselho Tutelar em audiência pública na Câmara Municipal
Dados foram divulgados pelo Conselho Tutelar em audiência pública na Câmara Municipal

Piracicaba registrou 246 casos de violência sexual em 2024, segundo dados informados pelo Conselho Tutelar da cidade em audiência pública realizada na Câmara Municipal na última terça-feira (20). Os números foram apresentados por Jefferson Moraes, que representou o Conselho Tutelar 3, e envolvem todos os Conselhos Tutelares da cidade. A audiência pública foi convocada para discutir ações de combate à pedofilia, exploração e agressão sexual de crianças e adolescentes na cidade.

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Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou em 2023 um estupro a cada seis minutos, o que representa um universo de quase 84 mil vítimas. Os dados também incluem os estupros de vulneráveis. A audiência em Piracicaba promoveu a discussão sobre esses dados e a troca de experiências entre profissionais de diversas áreas que têm, direta ou indiretamente, contato com casos do tipo envolvendo crianças e adolescentes.

“O objetivo dessa audiência é trazer pessoas para ouvirem a realidade. Isso é real, está acontecendo neste exato momento em algum lugar do país. Nós temos que formar uma rede de proteção de combate à pedofilia. Eu sempre digo e vou dizer: depois que acontece o problema, depois que acontece o abuso, o estupro, a situação vai ficar muito difícil. Então, saiam daqui hoje com esse pensamento: crianças precisam de ajuda”, disse o vereador Paulo Henrique, que solicitou a audiência e que também coordena na Casa o “Fórum de Combate à Pedofilia”. Ele é autor de projeto que resultou na Lei 6.266/2008, que institui anualmente em Piracicaba, no mês de maio, a Semana de Combate à Pedofilia.

Convidada a participar da audiência, a delegada da Polícia Civil de Capivari, Maria Luísa Dalla Bernardina citou que nos casos de vítimas com idades entre 0 e 13 anos, 64% dos agressores são 64% são familiares e 22,4% são conhecidos das famílias. “Quando falamos de estupro de vulneráveis, falamos dos menores de 14 anos ou daqueles que, de qualquer forma, não podem oferecer resistência, como alguém que possui alguma deficiência intelectual, cuja idade cronológica não corresponde à idade intelectual, ou que esteja bêbado, drogado, dormindo”, explicou a delegada.
A audiência também pontuou o papel da escola no combate à pedofilia. Segundo a delegada, as escolas são importantes como forma de conscientização para e também como forma de identificar casos de estupros de vulnerável. “O que fará a diferença é o assunto ser discutido nas escolas. Esses casos acontecem dentro do ambiente familiar ou com pessoas muito próximas. Essas pessoas não vão denunciar, infelizmente”, finalizou.

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