06 de junho de 2025
BORDADAS

MASP expõe Mulheres Atingidas por Barragens 3we6

Por Redação |
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Divulgação
Mulheres Atingidas do quilombo Rio das Ostras em São Paulo

O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta a exposição Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos, que reúne 34 arpilleras produzidas pelo Coletivo Nacional de Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). As peças foram confeccionadas coletivamente por mulheres de todo o Brasil, em rodas de bordado organizadas pelo coletivo, como expressão de suas vivências e lutas diante dos impactos sociais e ambientais causados pela construção, operação e pelo rompimento de barragens. As arpilleras, peças têxteis que se tornaram símbolo da memória e da luta por direitos humanos, são composições de retalhos de tecido bordado sobre juta. A técnica surgiu no Chile nos anos 1960 e, durante a ditadura de Augusto Pinochet, tornou-se uma expressão cultural e política de protagonismo feminino. Criadas principalmente por mulheres — muitas delas mães, esposas e familiares de presos políticos e desaparecidos —, essas obras retratam cenas do cotidiano, da repressão e da luta por direitos. O Coletivo Nacional de Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ou a utilizar a técnica em 2013 para abordar temas como a violência doméstica, a ruptura de vínculos entre a terra e a comunidade, a violência contra crianças e adolescentes, a falta de o à água potável e à energia elétrica, e os impactos das barragens e da poluição de rios na pesca e na subsistência das famílias, entre outras violações aos direitos humanos e ambientais. Com curadoria de Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, e Isabella Rjeille, curadora, MASP, esta exposição reúne arpilleras de diferentes regiões do Brasil, produzidas entre 2014 e 2024. Organizadas cronologicamente, essas peças contemplam uma grande diversidade de técnicas e temas. Cada arpillera é contextualizada por uma carta escrita pelas autoras, guardada em um bolso no verso de cada peça, evidenciando o caráter coletivo e de organização popular do processo de realização de cada peça. Na mostra, o público terá o à seleção de 6 cartas manuscritas. “Para muitas pessoas, a arpillera pode parecer apenas uma obra de arte para pendurar na parede. Para nós, o significado político desse testemunho têxtil está na organização das mulheres, na luta pelos seus direitos e na proposição política — dos sonhos, das utopias, daquilo que almejamos. É denúncia, mas também é um projeto de esperança”, diz Daiane Höhn, militante do MAB.  REALIZAÇÃO E APOIOMulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e PROAC ICMS. SERVIÇO:Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitosCuradoria: Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, e Isabella Rjeille, curadora, MASP.Até 3 de agosto de 2025Mezanino, 1º subsolo, Edifício Lina Bo BardiMASP — Museu de Arte de São Paulo Assis ChateaubriandAvenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo, SP 01310-200Telefone: (11) 3149-5959Horários: terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas.Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressosIngressos: R$ 75 (entrada); R$ 37 (meia-entrada) 3bm3k