Segundo dados inéditos do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil registrou 2,4 milhões de pessoas com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que representa cerca de 1,2% da população total do país. Em Franca, 3.621 moradores declararam ter recebido o diagnóstico, sendo 1.983 homens e 1.638 mulheres. 2y712l
Este é o primeiro censo nacional a incluir perguntas específicas sobre o TEA, com base em relatos da população que recebeu diagnóstico feito por profissionais de saúde. Os dados indicam não apenas a crescente visibilidade do autismo na sociedade, mas também o avanço no o ao diagnóstico e a serviços especializados.
Para a psicopedagoga Flávia Lima, de 27 anos, que atua há sete anos com alunos com TEA e demais deficiências, o aumento no número de diagnósticos é reflexo direto de uma maior conscientização da sociedade e do avanço das políticas públicas voltadas à saúde e educação.
“A ampliação do espectro e das definições de autismo permitiu identificar características que antes avam despercebidas. Hoje, mais famílias têm a oportunidade de buscar um diagnóstico precoce e iniciar intervenções adequadas”, destaca Flávia.
Ela ainda ressalta que o crescimento é mais visível entre crianças e adolescentes na faixa de 6 a 14 anos, grupo que concentra a maior parte dos estudantes com TEA devido à alta taxa de escolarização.
“É urgente que as escolas estejam preparadas para acolher esses alunos. Precisamos de políticas públicas que garantam o o e a permanência no ambiente escolar. Isso inclui a formação contínua de professores e a construção de ambientes verdadeiramente inclusivos”, reforça a especialista.
O desafio agora, ainda segundo Flávia, está em transformar os dados em ações concretas.
"Em cidades como Franca, que já demonstra uma presença significativa de pessoas com TEA, a demanda por serviços especializados, e educacional e formação profissional tende a crescer nos próximos anos", concluiu Flávia.