
A crise na rede pública de saúde em Franca ganhou mais um capítulo. Segundo dados atualizados nessa quarta-feira, 21, ao menos 41 pessoas aguardam vagas hospitalares na cidade: 36 na fila oficial do Siresp (Sistema de Regulação Estadual) — 28 residentes de Franca e 8 da região — e outras 5 na fila interna da Santa Casa de Franca.
O número representa uma redução em relação aos dados divulgados na última sexta-feira, 16, quando a Santa Casa informou 61 pacientes na fila por internação na região de Franca. A queda, embora significativa, ainda mostra um sistema pressionado.
A superlotação atinge praticamente todos os setores hospitalares do SUS (Sistema Único de Saúde) no município. Dos 183 leitos clínicos e cirúrgicos, 169 estão ocupados. A situação nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) adultas é ainda mais crítica: com 38 leitos totais, apenas dois estão disponíveis. O mesmo se repete em unidades pediátricas e neonatais: a UTI Infantil conta com 22 de 24 leitos ocupados, enquanto a Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal tem 17 dos 18 leitos em uso. Na Pediatria, 21 das 24 vagas estão preenchidas, e na Maternidade, 23 das 36.
O cenário é impulsionado principalmente pelo aumento de casos de síndromes respiratórias, comuns nesse período do ano. A demanda crescente tem pressionado o sistema hospitalar, que já operava próximo ao limite.
Medidas
Diante da situação, o Governo do Estado anunciou a aquisição de dez novos leitos no Hospital do Coração de Franca, que devem começar a receber pacientes a partir desta sexta-feira, 23. A medida busca aliviar a carga sobre a Santa Casa e ampliar a capacidade da rede pública de forma emergencial.
Outra possibilidade, que chegou a ser cogitada na Câmara Municipal, é o uso provisório do Hospital Estadual de Franca, localizado na Avenida São Vicente. Apesar de ainda estar em obras, o prédio poderia ser adaptado emergencialmente para receber pacientes clínicos de menor gravidade, em regime de enfermaria.
Impacto
A superlotação também impacta diretamente na rotina hospitalar, e como reflexo, a Santa Casa anunciou a suspensão das cirurgias eletivas durante o mês de maio. A decisão, tomada em conjunto com autoridades de saúde e representantes do Ministério Público, visa priorizar atendimentos de urgência e liberar leitos para casos graves.
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