
Um bebê de quatro meses morreu engasgado com leite, na segunda-feira (19), numa creche clandestina no bairro Parolin, em Curitiba (PR). O local era mantido há cerca de dez anos por um casal, de 37 e 43 anos, que, segundo a Polícia Civil, cuidava sozinho de ao menos 20 crianças, sem qualquer autorização para funcionamento.
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A suspeita é de que a sobrecarga no atendimento tenha sido resultado do fechamento temporário de creches municipais da região, o que ainda não foi confirmado pela prefeitura.
A Polícia Civil do Paraná informou que o bebê tomou mamadeira e foi colocado de lado numa cama de solteiro, quando a mulher percebeu que ele estava com os lábios roxos. O Samu foi acionado, e os responsáveis tentaram fazer manobras de desengasgamento e massagem cardíaca, orientados por telefone. Quando a equipe chegou, a criança já estava morta.
O advogado da família da vítima informou que o bebê havia sido internado semanas antes com bronquiolite, condição que pode ter agravado o quadro. A causa da morte será determinada por exames periciais.
Casal preso
O casal foi autuado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A mulher pagou fiança de R$ 3 mil e foi liberada. Já o homem permanece preso, aguardando audiência de custódia. Segundo a defesa, a tragédia teria sido uma fatalidade provocada pela falta de vagas em creches públicas.
Embora atendessem há uma década, os responsáveis não possuíam qualquer formação em educação infantil ou primeiros socorros. Eles disseram à polícia que já haviam sido notificados pela Vigilância Sanitária e pelo Conselho Tutelar, mas mantiveram o funcionamento.
“Não achavam que era creche”
Os suspeitos alegaram às autoridades que não se consideravam donos de uma creche, apenas cuidadores. Cobravam R$ 300 por mês, valor que incluía alimentação e cuidados diários. Havia crianças que chegavam pela manhã e só saíam à noite.
O delegado do caso reconheceu que o casal, pai de três adolescentes, tem experiência com crianças, mas ressaltou que situações de emergência exigem preparo técnico e emocional.
Até a última atualização, a Secretaria Municipal da Educação de Curitiba não havia confirmado se as creches públicas da região estão de fato fechadas.
*Com informações da Folhapress
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