
Franca ainda guarda o silêncio de uma dor coletiva. Um mês após a morte de Rebecca Cristina Otoni Carlos, de apenas 13 anos, a cidade segue comovida com a história da menina que lutou bravamente contra a leucemia linfoide aguda. Desde sua internação no início de março até a triste madrugada de 12 de abril, quando faleceu na Santa Casa de Franca, Rebecca foi acompanhada por uma verdadeira corrente de solidariedade. E agora, com sua ausência, a dor dá lugar a homenagens e a uma semente de esperança: a criação de uma ONG para ajudar crianças com câncer.
Rebecca foi internada com fortes dores de cabeça e garganta, inicialmente tratadas como uma infecção, mas logo diagnosticadas como leucemia. Durante 30 dias, enfrentou melhoras e recaídas, com o apoio constante da família, amigos e de toda a cidade, que se mobilizou em campanhas de doação de sangue. Mas, após um agravamento no quadro clínico, a menina não resistiu e partiu na madrugada de um sábado.
A confirmação do falecimento foi feita pela mãe de Rebecca, a cabeleireira Ariane Otoni, pelas redes sociais. Em um desabafo comovente, Ariane escreveu: "Você foi tão forte, minha menina, minha fortaleza! Eu sempre te amarei, minha filha querida!"
O Dia das Mães, vivido um mês após a partida de Rebecca, foi especialmente difícil para Ariane. “Foi muito triste, muito sofrido, muito doloroso. Eu estava com muita esperança, todos os dias eu postava, eu falava de esperança... Ela foi curada de uma maneira que eu não queria”, desabafa.
Mesmo cercada pelo carinho dos filhos Lucas e Gabriel, Ariane conta que tem vivido um dia de cada vez, enfrentando altos e baixos. “Tem dia que você quer conversar com todo mundo, tem dia que não quer falar com ninguém. E tem sido assim meus dias.”
Apesar da dor, Ariane encontrou forças para transformar o luto em ação. Inspirada pela força da filha, ela anunciou que está criando uma ONG com o nome de Rebecca. O objetivo é oferecer apoio a crianças em tratamento oncológico e suas famílias. “Quero que ela continue vivendo entre nós, ajudando lá de cima. Vai ser uma ONG específica para crianças com câncer. Meu primeiro projeto será no Dia das Crianças, e tenho certeza que Deus vai me ajudar”, afirma.
Com essa iniciativa, Ariane espera oferecer um pouco de alívio e alegria para famílias que enfrentam a dura rotina dos hospitais, como ela viveu por trinta dias. “Por mais que eu tivesse minha rede de apoio, foi muito complicado. E tem gente que a meses nessa situação, sem apoio nenhum.”
A dor da perda de Rebecca ainda é recente e profunda, mas sua memória já começa a florescer em forma de solidariedade. Franca não esquece a pequena guerreira, e sua história segue tocando corações, agora como símbolo de amor, força e esperança.
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