Um vídeo publicado pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Campinas para tratar da negociação salarial deste ano acabou expondo mais do que se pretendia. A peça, nas redes sociais da entidade, tem como pano de fundo a campanha por reajuste, mas o conteúdo escancara uma disputa por espaço e poder dentro do próprio funcionalismo. Em vez de centrar na defesa de conquistas, o material se dedica a atacar opositores, chamando-os de “oportunistas” e acusando-os de “jogarem contra os servidores”. Entre os alvos estão vereadores do PT, com imagens usadas diretamente para reforçar o discurso da atual diretoria.
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O episódio joga luz sobre uma movimentação antiga, mas raramente tratada de forma tão explícita: a manutenção de um grupo à frente do sindicato há cerca de 20 anos, sempre orbitando o campo político do PSB campineiro. A base de sustentação vem desde os tempos do ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos, e se fortaleceu durante os governos de Jonas Donizette e na atual aliança com o vice-prefeito Wanderley de Almeida, o Wandão, ambos também do PSB.
Porém, os ventos parecem estar mudando. A necessidade de lançar mão de um vídeo ofensivo indica uma inquietação com o avanço de movimentos opositores, até então isolados. Um exemplo recente que chamou a atenção foi a mobilização de trabalhadores da saúde mental vinculados ao Cândido Ferreira, que protestaram na Câmara e nas ruas — o que pode gerar o incômodo sentimento entre parte do funcionalismo: “por que nós não fazemos o mesmo?”.
A crise de representação que atinge o sindicato não é nova, mas ganha contornos mais evidentes no atual contexto de negociações salariais, falta de reajustes reais e insatisfação com os rumos da istração pública. O que antes era uma disputa velada, a a ser travada publicamente.
Enquanto isso, os servidores seguem à espera de uma resposta concreta à principal demanda: valorização salarial efetiva e melhorias nas condições de trabalho.
Combate à Erotização Infantil
A vereadora Debora Palermo (PL) protocolou na Câmara Municipal de Campinas o Projeto de Lei Ordinária nº 188/2025, que institui a Semana Municipal de Combate à Erotização Infantil, a ser realizada anualmente na semana do dia 18 de maio, em referência ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
O projeto tem como foco conscientizar a população sobre os riscos da erotização precoce e fortalecer a rede de proteção envolvendo escolas, famílias, conselhos tutelares, organizações da sociedade civil e o poder público. A proposta prevê ações como palestras, oficinas, atividades lúdicas, campanhas educativas, capacitação de profissionais e mobilizações comunitárias.
Segundo a vereadora, a erotização infantil é um problema naturalizado em diferentes esferas sociais e coloca em risco o desenvolvimento emocional, físico e psicológico das crianças. “Precisamos agir com firmeza, e principalmente com educação e orientação”, afirma Palermo.
A coordenação das atividades ficará a cargo das Secretarias Municipais de Educação, Assistência Social e Saúde, em conjunto com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). Na justificativa, Debora ressalta que a erotização precoce pode ser porta de entrada para abusos, distorções de identidade e vulnerabilidade frente a redes de exploração.
O projeto será analisado pelas comissões permanentes da Câmara. Caso aprovado, a iniciativa ará a fazer parte do calendário oficial de eventos do município.
- Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada no Portal Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: [email protected].