
Julho de 2025. Eis a nova previsão oficial para a entrega das obras do Centro de Convivência Cultural (CCC), em Campinas. Um novo atraso, é verdade — a etapa atual prometia ser concluída este mês —, mas diante do histórico de abandono, degradação e promessas descumpridas, esse novo adiamento soa quase como detalhe. Afinal, trata-se de um dos maiores símbolos da cultura campineira, que ou mais de uma década fechado, sem qualquer função social ou cultural.
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Fechado desde 2011, o CCC deixou de ser um espaço de referência e virou retrato do descaso. Durante anos, foi símbolo de vergonha pública e do desmonte da política cultural, resistindo a gestões que, por diversas vezes, prometeram a reabertura sem sair do lugar. A atual obra — dividida em duas fases — é, portanto, uma reparação histórica.
A primeira etapa, finalizada em novembro de 2023 após mais de três anos de intervenções, trouxe avanços estruturais importantes: reforma do palco, camarins, sala de ensaio, áreas expositivas, ibilidade, acústica e drenagem. Custou R$ 23,5 milhões.
Já a segunda fase, iniciada em maio do ano ado, é ainda mais complexa. Com investimento de R$ 38,9 milhões, prevê cenotecnia de ponta, automação de iluminação cênica, áudio e vídeo, urdimento, mobiliário novo e modernização completa da parte técnica. São materiais importados, soluções de engenharia de alto padrão e um nível de exigência à altura do equipamento que o CCC representa para Campinas.
No total, o investimento a dos R$ 60 milhões, configurando a maior reforma cultural da história da cidade.
Mas não é só sobre concreto e tecnologia. A entrega do CCC reabre uma ferida ainda mal cicatrizada com a classe artística local, que esperou, cobrou e por vezes desistiu de esperar. A reabertura não pode ser apenas simbólica. Precisa vir acompanhada de uma política pública que valorize o conteúdo, os artistas, os coletivos e os trabalhadores da cultura.
A data de julho de 2025 coincide – ou não – com o aniversário da cidade e agora serve como marco e cobrança. Porque, depois de tantas idas e vindas, o que Campinas precisa é que, finalmente, as luzes do palco se acendam, o público volte a ocupar a plateia e o Centro de Convivência deixe de ser promessa e e a ser, novamente, um espaço de vida cultural.
Estônia
O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), viajou para Tallinn, capital da Estônia, onde participa da e-Governance Conference 2025, um dos eventos mais relevantes do mundo sobre transformação digital na istração pública. Durante o período, quem assume o Executivo municipal é o vice-prefeito Wanderley de Almeida, o Wandão.
Dário representará não apenas Campinas, mas também a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), na qual ocupa a vice-presidência, compondo a comitiva oficial de municípios brasileiros que inclui representantes de cidades como Santo André, Poços de Caldas, e capitais do Rio Grande do Sul, Goiás e Rio de Janeiro.
A conferência internacional será realizada entre os dias 25 e 29 de maio. O evento é promovido pela e-Governance Academy, entidade responsável por difundir a experiência digital da Estônia para gestores públicos de todo o planeta.
Na segunda etapa da missão internacional, Dário Saadi e os demais prefeitos seguem para a Finlândia, onde irão conhecer de perto as ações da Finnish Digital Agency, órgão responsável por fomentar uma sociedade digital segura, eficiente e inclusiva. Haverá visitas técnicas e reuniões com autoridades em Helsinque, capital do país, focadas no conceito de smart cities e serviços digitais íveis.
- Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada no Portal Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: [email protected].