IMÓVEL NO BONFIM

IPTU? Imóvel de Ortiz continuará a pagar ITR, define Prefeitura

Por Julio Codazzi | Taubaté
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/Google Street View
Imóvel da família Ortiz fica no Bonfim, na área urbana, mas paga ITR
Imóvel da família Ortiz fica no Bonfim, na área urbana, mas paga ITR

Nove meses após anunciar que a família do ex-prefeito Ortiz Junior (Cidadania) aria a pagar IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) sobre o imóvel do clã, a Prefeitura de Taubaté voltou atrás e confirmou que a propriedade continuará a ser tributada com ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural).

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Segundo a Prefeitura, a família Ortiz e os donos de outros três imóveis na mesma situação apresentaram os documentos necessários para comprovar a regularidade do atual enquadramento das propriedades. "Os proprietários comprovaram preenchimentos de requisitos que incluem questões como dimensão, comprovação de produção rural e CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural). Todos que configuram tributação via ITR", afirmou a Prefeitura.

Procurado pela reportagem, o ex-prefeito, que desde janeiro é deputado estadual, não se manifestou. O espaço segue aberto.

Imposto.

Durante o governo Ortiz (2013-2020), OVALE fez uma série de reportagens sobre o imóvel da família do então prefeito, que tem cerca de 150 mil metros quadrados e fica na Avenida Carlos Pedroso da Silveira, ao lado do o para o bairro Bonfim.

Com base em uma instrução normativa de 2001, editada pelo pai de Ortiz Junior, o também ex-prefeito José Bernardo Ortiz (que morreu em setembro de 2024), o imóvel é tributado com ITR, cujo valor é bem inferior – segundo estimativa feita por especialistas do setor consultados pela reportagem em 2016, em vez de pagar R$ 200 mil por ano de IPTU, a família pagava R$ 4,5 mil de ITR.

No decorrer do governo Ortiz, pequenas partes do imóvel foram desmembradas para uso comercial – nelas foram construídos um posto de gasolina, um supermercado e uma galeria de lojas. Sobre essas partes desmembradas ou a ser cobrado IPTU - o restante do imóvel continuou a pagar ITR.

Anúncio.

Ainda em 2016, em meio às reportagens de OVALE, a Prefeitura deu início a um procedimento para analisar o caso dos imóveis que ficam no perímetro urbano e recolhem ITR, mas o processo não foi concluído na época.

Somente em julho de 2024, após requerimento aprovado na Câmara, a Prefeitura decidiu retomar a análise. Na ocasião, a istração municipal notificou os proprietários dos seis imóveis localizados na área urbana do município que pagam ITR - além do imóvel da família Ortiz, os outros ficam nos bairros Parque Urupês, Itaim (dois imóveis), Jardim Santa Isabel e Piracangaguá.

As notificações foram expedidas em julho. Em 6 de agosto, a Prefeitura chegou a anunciar que nenhum proprietário havia respondido e que aria a cobrar IPTU dos seis imóveis a partir de 2025 - na época, o município era governado por José Saud (PP).

Recuo.

Logo depois do anúncio, a Prefeitura recuou e afirmou que os proprietários de dois dos imóveis já haviam apresentado documentação em 2021 e, nesses casos, a atualização precisará ser feita somente em 2026.

Nos outros quatro casos, incluindo o da família Ortiz, a Prefeitura entendeu que não houve a apresentação de toda a documentação necessária - ato constitutivo de produtor rural, cadastro junto à Receita Federal, Certificado de Cadastro de Imóvel Rural, notas fiscais de venda de produtos dos últimos cinco anos (de 2019 a 2023), e ITR do mesmo período; além de realização de uma vistoria nos imóveis.

Nesses quatro casos, após nova notificação, os proprietários apresentaram mais documentos em dezembro de 2024. Apenas essa semana, após a análise desses documentos, a Prefeitura anunciou que os imóveis continuarão a ser tributados com ITR - desde janeiro o município é governado por Sérgio Victor (Novo).

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