CIGARRO ELETRÔNICO

Adolescente morta após uso de vape estava com tosse havia 4 meses

Por Will Baldine | Jornal de Piracicaba |
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
A jovem apresentava tosse persistente há cerca de quatro meses, mas escondeu dos pais e dos profissionais de saúde que fazia uso do dispositivo
A jovem apresentava tosse persistente há cerca de quatro meses, mas escondeu dos pais e dos profissionais de saúde que fazia uso do dispositivo

Uma adolescente de 15 anos morreu na quarta-feira (28/5) no Distrito Federal com suspeita de ter desenvolvido lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico (EVALI). A jovem apresentava tosse persistente há cerca de quatro meses, mas escondeu dos pais e dos profissionais de saúde que fazia uso do dispositivo, também conhecido como vape ou pod. A informação só foi revelada durante a última internação, já em estado grave.

Saiba Mais:

De acordo com a médica Maria Enedina Scuarcialupi, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a adolescente afirmou, em entrevista médica, que utilizava o cigarro eletrônico há pelo menos três meses. A família não tinha conhecimento do uso.

Entrada no Hospital

A paciente deu entrada inicialmente no Hospital Cidade do Sol, em Ceilândia, em 18 de maio, transferida da UTI do Hospital Materno Infantil de Brasília. O diagnóstico clínico incluía pneumonia comunitária, pneumonia por Influenza A e EVALI. O tratamento envolveu antibióticos, corticosteroides e e clínico, com acompanhamento fisioterapêutico para reabilitação pulmonar.

Apesar de uma resposta inicial ao tratamento, a paciente apresentou febre persistente após 48 horas de internação. Diante da necessidade de cuidados especializados, ela foi transferida ao Hospital Universitário de Brasília (HUB) na manhã de 27 de maio, onde ou a ser acompanhada pela equipe de pneumologia.

Ainda no mesmo dia, o quadro clínico se agravou, exigindo intubação e transferência para uma unidade de terapia intensiva (UTI). Como não havia vaga disponível no HUB, ela foi levada ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde morreu horas depois.

Causa da morte

A confirmação da causa da morte depende do resultado da necrópsia. A suspeita médica principal é de EVALI, uma lesão pulmonar associada a substâncias presentes nos dispositivos eletrônicos de vaporização.

O HUB, por meio de nota, informou que a paciente recebeu todos os cuidados indicados durante o período de internação e foi transferida conforme protocolo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

A Sociedade Brasileira de Pneumologia alerta que o uso do cigarro eletrônico pode provocar danos pulmonares graves, mesmo em períodos curtos de exposição. Entre os riscos, estão doenças respiratórias crônicas, alterações neurológicas, problemas cardiovasculares e desenvolvimento de câncer.

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