
Silvia Gabriela de Souza, 33 anos, estava a caminho do trabalho quando, por coincidência, encontrou seu filho completamente sozinho em uma praça do bairro Tangarás, em Bauru. Algumas horas antes, ela havia deixado a criança de 6 anos sob os cuidados da empresa Oswaldo Brambilla Transporte Coletivo, que presta serviços de transporte escolar para a Prefeitura de Bauru. O caso ocorreu no dia 18 de março de 2025 e a mulher registrou um boletim de ocorrência (BO) contra a empresa, além de prometer processá-la.
Silvia relatou ao JC que foi a primeira vez que confiou seu filho, portador de cardiopatia congênita, aos cuidados de uma empresa de transporte e estava bastante receosa. No entanto, esta era a última opção que restava para que a criança pudesse frequentar as aulas. A família se mudou para o Tangarás e procurava vaga em uma escola do Núcleo Habitacional José Regino, que era perto o suficiente para levar o filho a pé.
A instituição não tinha vagas e a prefeitura ofereceu espaço na Escola Municipal Dirce Boemer Guedes de Azevedo. O endereço original até é perto do Tangarás, mas o prédio está desativado para reformas. Atualmente, a instituição atende no bairro Santa Luzia. Por isso, a única opção para que a criança iniciasse seus estudos era o transporte escolar até a Dirce Boemer.
No dia do ocorrido, a mãe se confundiu sobre o local de embarque e desembarque da criança. O filho deveria descer na rua Natal Fornazari, quadra 5, mas foi embarcado na praça em frente ao condomínio Bogotá, na rua Jorge Schneyder Filho.
Ela diz que orientou o motorista e a monitora a deixarem a criança na Natal Fornazari. No entanto, o menino foi deixado no ponto de embarque, sem a presença do pai, que aguardava na Natal Fornazari.
Silvia só percebeu o erro porque, coincidentemente, o ônibus circular que a levava para a escola ou pelo local minutos após o desembarque do filho. "Uma voz falou para mim: Olha quem está ali. Virei e vi meu filho sozinho", relatou. Ela pediu ao motorista que parasse fora do ponto e correu até o menino, que estava assustado. "Se eu não tivesse ado ali naquele momento, só Deus sabe onde meu filho estaria", desabafou.
OUTRO LADO
Em nota, a empresa Brambila lamentou o ocorrido e esclareceu que, conforme acordo entre a empresa, a Secretaria de Educação e a direção da escola, novos alunos iniciavam o transporte imediatamente, mesmo antes da formalização da Ordem de Serviço, para não prejudicar o o às aulas.
Segundo a empresa, os pontos de embarque e desembarque são previamente definidos em comum acordo com a escola, que também comunica os pais. No caso de Emanuel, a mãe teria solicitado verbalmente à monitora que o desembarque fosse feito em outro endereço, o que não seria permitido pela empresa. "O aluno desceu com outras crianças no ponto previamente determinado, onde havia adultos aguardando. Como o aluno desceu e se juntou ao grupo que lá estava, a monitora, que não conhecia o pai do Emanuel, não se preocupou em saber quem era quem", informou.
A empresa afirma ainda que transporta cerca de 12 mil alunos diariamente e nunca havia enfrentado situação semelhante. Como medida preventiva, decidiu que, a partir de então, só iniciará o transporte de novos alunos após comunicação oficial da Secretaria de Educação.
A Prefeitura de Bauru, por sua vez, disse ter tomado as medidas istrativas cabíveis, além de ter orientado a família.