SAÚDE

Mosquitos modificados vão ajudar Bauru a combater casos de dengue

Por Guilherme Matos | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue
Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue

Em cerca de 10 dias, Bauru receberá um carregamento de ovos modificados do Aedes aegypti, que serão liberados em alguns bairros do município para ajudar a reduzir os casos de dengue. Esses mosquitos interrompem o ciclo de reprodução o que, consequentemente, reduz a ocorrência da doença, que já ultraou os 12 mil pacientes confirmados nesta semana, em Bauru.

De acordo com Márcio Cidades Gomes, titular da Secretaria Municipal de Saúde, Bauru é a primeira cidade da região a receber o "Aedes do bem" - como é conhecida essa tecnologia. "Em outros municípios que tiveram essa iniciativa os resultados foram bem interessantes. Então, achamos que seria importante testar isso aqui agora. Se tiver efetividade, vamos ampliar a escala", afirma o secretário.

No primeiro momento, os mosquitos geneticamente modificados serão espalhados nos bairros Gasparini, Jardim Helena e Núcleo Habitacional Vanuire. Essas regiões foram escolhidas por serem isoladas do restante da cidade. Isso permite que a análise da prefeitura seja mais precisa.

O processo de disseminação do Aedes do bem começa em pequenas caixas. A empresa envia os compartimentos com ovos do mosquito. Em seguida, é adicionada água limpa, a caixa é fechada e os ovos eclodem e se tornam larvas.

Os mosquitos fêmeas transgênicos não chegam à idade adulta. O mosquito macho, porém, sai da caixa e se reproduz com os mosquitos fêmeas — transmissores da dengue e outras doenças. Por conta da modificação genética, quando essa fêmea botar os ovos, somente os machos vão vingar. "O macho não transmite o vírus. A ideia é reduzir a quantidade de mosquitos fêmea, que são as transmissoras da dengue", explicou Gomes.

O contrato foi firmado por meio de ata de registro de preços, o que permite à Prefeitura solicitar quantidades conforme a necessidade. O investimento inicial é de aproximadamente R$ 1,4 milhão. A expectativa é que o material adquirido atenda ao município por um período de seis meses a um ano, dependendo da demanda.

Além da nova tecnologia, Bauru manterá as ações tradicionais de combate ao mosquito: armadilhas para identificar mosquitos infectados, campanhas educativas para orientar a população e mutirões de limpeza. "São medidas que tomamos todos os anos, com o envolvimento de várias secretarias", destacou Gomes.

De acordo com ele, a ação não é emergencial, mas estratégica. A ideia é que, se se mostrar eficaz, seja incorporada como mais um mecanismo.

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