
Há exatos 30 anos, em 21 de maio de 1995, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) realizava a primeira experiência com voto eletrônico no estado, contribuindo para o processo de informatização da Justiça Eleitoral. Naquele ano, computadores adaptados, conhecidos como coletores eletrônicos de voto (CEV), foram utilizados em plebiscitos sobre a formação de novas cidades. As consultas populares aprovaram a criação dos municípios de Gavião Peixoto, Jumirim e Paulistânia, desmembrados de Araraquara, Tietê e Agudos, respectivamente.
A votação bem-sucedida em São Paulo representou mais um impulso para a criação das urnas eletrônicas, adotadas pela primeira vez no ano seguinte, nas eleições de 1996. Em 3 de outubro daquele ano, 32 milhões de brasileiras e brasileiros, um terço do eleitorado da época, votavam pela primeira vez em 57 cidades do país em cerca de 70 mil urnas eletrônicas.
Na época, os plebiscitos como voto eletrônico, via computador, em São Paulo ganharam repercussão na imprensa. Em 5 de maio de 1995, uma reportagem da Folha de São Paulo estampava: "TRE paulista testará voto eletrônico dia 21". O texto informou que 4.185 eleitores de Jumirim (distrito de Tietê), Gavião Peixoto (Araraquara) e Paulistânia (Agudos) iriam decidir se as suas regiões deveriam ou não se emancipar e explicou o funcionamento dos coletores eletrônicos de voto (CEV).
"O eleitor vota através de um computador. Na tela, aparecem as opções de voto. Após a escolha, se houver erro de digitação, é possível corrigir. O voto só é válido depois de apertada a tecla de confirmação. O funcionamento é similar ao de um caixa eletrônico de banco. O TRE estima que o resultado saia em, no máximo, cinco minutos. Se ocorrer falha de energia, um sistema de segurança permite que os resultados sejam salvos através de disquete", detalhou a reportagem.
O jornal ainda entrevistou o então presidente do TRE-SP, desembargador Carlos Alberto Ortiz, que ocupou a Presidência da Corte no biênio 1993-1995 e já antecipava a possibilidade de adoção do voto eletrônico no país. "Há 80% de chance de termos o voto eletrônico em 96", afirmou à reportagem, acrescentando que o novo sistema seria eficaz contra as fraudes, recorrentes durante a votação em cédulas de papel.