O americano, que já teve mais fé em seus presidentes do que em dólar forte, anda desconfiado até do próprio bolso. A mais recente pesquisa da Gallup revela que 44% dos estadunidenses confiam na liderança econômica de Donald Trump em 2024 — número que flerta com sua média de mandato (46%), mas ainda abaixo do índice de estreia em 2017 (48%).
Para comparar, George W. Bush surfou a onda patriótica pós-11 de setembro com 73%. Já Joe Biden e o próprio Bush amargaram 34% e 35% nos momentos de baixa. Moral da história: confiança sobe como foguete, cai como piano.
No quesito religião, os EUA pararam de "desacreditar". Após anos de queda, a fé estacionou: 45% protestantes, 21% católicos, 10% de outras crenças e 22% sem religião — patamar constante desde 2018. O secularismo perdeu tração, mas a religiosidade não retomou embalo.
Economicamente, o humor azedou. A confiança no mercado acionário despencou de 61% para 29% — o maior tombo desde 2002. Quando o Dow Jones dança, o eleitor tropeça. Esperança em crescimento caiu junto, enquanto inflação, juros e desemprego seguem comedidos no radar.
E a preocupação climática? Essa aquece. Quase metade dos americanos (48%) agora vê o aquecimento global como ameaça real — contra 25% em 1997. Para 63%, os efeitos já começaram. Por fim, o paradoxo habitacional: em países ricos, apenas 43% estão satisfeitos com a oferta de moradia ível, abaixo da média global. Mas só 11% dizem ter real dificuldade em pagar o teto. A casa caiu… mas só na percepção.
Como diria o analista: o que move o mundo não são os fatos — são os sentimentos que os cercam. E sentimento, meus caros, não cabe na planilha. Cabe na urna.