OPINIÃO

Carlos Paulo Travain

Por Alfredo Enéias Gonçalves d'Abril |
| Tempo de leitura: 1 min

Você permaneceu por algum tempo recluso em sua residência ao lado da inseparável companhia de Martha, a amada esposa. A doença adquirida há algum tempo causou preocupação aos familiares e a necessidade de adaptar novos hábitos para manter a boa convivência com eles, sem mitigar ou perder as relações como bom chefe de família como sempre foi.

A carreira desenvolvida no Ministério Público, a julgar pela desenvoltura de seu trabalho nos processos, era irável com a redação de pareceres e manifestações sempre carregados de uma pitada de humor, o que, a propósito, nele deixou sua marca .

A veia humorista nasceu consigo, revelando-se ao abordar um acontecimento na roda de amigos. Seu comentário ensejava risos de tal sorte que, visto por estranho, não imaginaria provir de você. Foi no fórum de Bauru que nos conhecemos pessoalmente e selamos uma logeva amizade, só interrompida com seu falecimento.

Você, Travain, deixou registrados nos processos em que trabalhou junto à 1ª Vara Cível da comarca local convincentes Pareceres revelando a amplitude do direito que dominava.

Por um curto período o substituí na Promotoria que titularizava, e lia com atenção a matéria jurídica que escrevia. Suas qualidades o conduziram ao cargo de Procurador de Justiça e Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo até se aposentar.

Homem simples e atencioso, não tinha vaidade, todavia, se a tivesse, certamente estaria no gosto pela boa e farta vestimenta, revezando seu guarda-roupas com muitos e variados trajes. Ao vê-lo no repouso eterno com um bonito costume azul escuro, abrigando os adornos numa harmônica imagem pensei: você, Travain, está elegante até no caminho à eternidade.

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